um manifesto
Vida Artista
â€‹É a vida que invento, libertária de mim, que me chama a abrir caminhos, criando conceitos e atitudes significantes autorais. Busco implicar-me com a realidade que sou capaz de produzir. A vida é uma obra de arte em si, desenhada através do agenciamento dos desejos de expansão dos próprios limites autônomos. Essa noção não é concreta, não é absoluta, não se finda na vida de um artista, pois se relaciona à ideia de um viver com fluidez, beleza e integridade originais.
Deixo a curiosidade liderar o movimento de adentrar as entranhas do desejo, farejando respostas para perguntas que me faço. Vou me aventurando no caminho, onde descobertas revelam novas aberturas e desejos outros.
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Localizo o prazer, contrário do trauma, como aspecto central da estética do viver, por isso, subverto simbolicamente imposições a obediências morais-filiais. Descondiciono os interditos, contrasto e me provoco a afirmar-me na diferença. Componho meu viver de símbolos de utopias, rebeldias cotidianas, idealismos, esquisitices, paradoxos e complexidades. Modelos, identidades fixas, e suas derivadas normoses são a antítese da vida artista, sintomas sociais mórbidos de apatia, por razões simples: conserva rígido, teme mudar e atua no bloqueio e fechamento das pulsões criativas.
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A vida artista traz em si ideias de liberdade, inclui a diferença e a diversidade como estética, com as suas potências e possibilidades. É política na concepção, porque forjá-la leva em conta a defesa da ética, além da moral repressora e conservadora. Quem vive a vida artista, orienta-se pela integridade, dignidade e capacidade de pensamento crítico, nômade, porque conversa com seu tempo, testa e esgota representações figurativas. Busca sem cessar dispositivos e gestos de fuga contra os aparatos emocionais e sociais de disciplina e controle.
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“A liberdade do outro estende a minha ao infinito”
Mikhail Bakunin.